sábado, 10 de novembro de 2018

'Assédio', nova série da globo, relata casos reais de abuso sexual

A luta das vítimas do ex-médico Roger Abdelmassih serviram de inspiração para série


Antonio Calloni representando Roger Abdelmassih na série
Foto: veja.abril.com.br


Agnes Rigas e Beatriz Amorim
Veja.abril.com.br (Adaptado)
03/11/2018

Inspirada no livro “A clínica: A farsa e os crimes de Roger Abdelmassih”, de Vicente Vilardaga, a nova série exclusiva do globoplay intitulada “Assédio” vai conter 10 episódios e vai contar a história real de mulheres que foram abusadas pelo ex-médico Roger Abdelmassih, as investigações do caso e como elas montaram uma rede para denunciar os abusos sexuais cometidos por ele.
Roger Abdelmassih é um ex-médico brasileiro, especialista em reprodução humana e um dos pioneiros da fertilização in vitro no Brasil. Ele foi condenado a 181 anos de prisão por ter estuprado 37 pacientes de sua clínica de fertilização. Enquanto as pacientes estavam em estado de sedação e topor, Roger se aproveitava para beijá-las, tocá-las, acariciar suas partes intimas e, até mesmo, praticar relações sexuais com elas. Dentro das salas de exames, as mulheres passavam da condição de pacientes para as de vítimas, em poucos minutos.



Jéssica Ellen, Paula Possani, Hermila Guedes, Adriana Esteves e Fernanda D’Umbra vão interpretar as vítimas do ex-médico
Foto: gshow.globo.com

A série é uma mistura de ficção e realidade, porém são poucas as informações que os diretores de “Assédio” decidiram mudar, não afetando em nada a história real. Algumas das mulheres violentadas por Roger Abdelmassih criaram uma associação de apoio para acolher outras vítimas do médico e incentivá-las a denunciá-lo. Diante da fuga do agressor, no entanto, o foco do grupo mudou, e elas passaram a se dedicar a buscar pistas do paradeiro dele. Na vida real, contudo, elas não encontraram nada suficientemente sólido para localizá-lo no Paraguai, como acontece na série.
“Elas tiveram um papel importante, cooperaram, não deixaram que o caso fosse esquecido. Se as vítimas não tivessem persistido na história, talvez o Abdelmassih não tivesse sido capturado. A polícia estava acomodada, começou a se mexer apenas em 2014 porque era ano de eleições presidenciais. Mas, no final, foram eles que descobriram o paradeiro do ex-médico, junto com o Ministério Público”, explica Viladarga, autor do livro. 
Em 2017, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu um habeas corpus a Abdelmassih, permitindo que cumprisse a pena em prisão domiciliar por questões de saúde — seu advogado chegou a alegar que ele tinha uma “expectativa de vida muito curta”. Desde então, o ex-médico vive com a esposa e os filhos gêmeos em um condomínio de luxo em São Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Making a Murderer

O famoso documentário da Netflix, 'Making a Murderer', está dividindo a opinião do público Foto: Veja.abril.com.br Agnes...